Fotografei essa na Artêmia Pires. As frases de caminhão são famosas no Brasil e guardam pérolas da nossa cultura popular. Nome dos filhos, da patroa, declaração de amor diversas ao ofício, ditados populares e mais milhares de kms de tinta! Essa me deu um nó pela sua polissemia. Minha primeira leitura é que se trata de um tangenciamento à pedofilia com traço machista: “Pego uma bem novinha e vou botando do meu jeito”. Depois me acalmei e dei mais uma chance, in dubio pro reu, pode aludir à necessidade de educar desde cedo as meninas, não estou confiando muito nessa. Terceira tentativa, “fazer uma menina”, conceber uma filha seria mais fácil. Não fechei meu diagnóstico de interpretação, o fato é que não gostei da frase nem dos seus sentidos possíveis. Preferia ter visto as habituais dos irmãos caminhoneiros, “Foi Deus quem me deu”, ” Não “mim” inveje, trabalhe”, “Moro nas estradas, passeio em casa”, “Katley, Keyte e Kevyn papai te ama”, ” Casado com a BR”, “Tem um corno atrás de mim “! E aí gente, quem dá mais? Andréia Azur Gutho Magalhães Matheus Oliver Márcio Campos Oliveira Jean Araujo Natival Simões Neto Iderval Miranda Francisco Ferreira de Lima Eduardo Affonso Ernani Terra Aurelio Miguel Juliana Salles e cia.
Alana Freitas é escritora, professora na UEFS