Para Fernando Veloso, do FGV IBre, produtividade passou por uma espécie de melhora artificial durante período mais agudo da pandemia iniciada em 2020. Investir na saúde dos colaboradores traz resultados perceptíveis em economia e produtividade nas empresas.
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A produtividade do mercado de trabalho brasileiro retornou em 2022 a registrar a tendência de queda que era observada até 2019, em cenário pré-pandemia. O alerta partiu de Fernando Veloso, coordenador do Observatório da Produtividade Regis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Ele fez a observação ao participar do Seminário de Produtividade e Mercado de Trabalho, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e pelo Valor.
No evento, mediado por Sergio Lamucci, editor-executivo e colunista do Valor Econômico, Veloso comentou que a produtividade passou por uma espécie de melhora artificial durante o período mais agudo da pandemia iniciada em 2020. Isso porque, com restrições sociais mais rígidas, houve saída de trabalhadores informais, do mercado de trabalho, em ritmo maior do que dos formais.
A economia de serviços, que engloba parte expressiva de emprego informal, foi a mais afetada pela crise sanitária criada pela covid-19, devido ao perfil mais presencial dessa atividade, notou ele. Empregos desse setor também têm salários mais baixos, ante outros setores mais qualificados, como indústria, por exemplo. Isso, na prática, retirou do cálculo da produtividade patamares de salários mais baixos, elevando média e favorecendo o cálculo de produtividade.
Agora, no terceiro trimestre, cálculos do Observatório da Produtividade Regis Bonelli apontam queda em torno de 3% na produtividade no terceiro trimestre ante igual trimestre em 2021, com estabilidade ante segundo trimestre de 2022, informou Veloso.
“Esse é o quadro atual. Estamos com produtividade abaixo do ano passado e em relação ao pré-pandemia”, disse, reiterando que se voltou à tendência de queda de produtividade, observada no pré-pandemia – e influenciada por período recessivo iniciado em 2015.
Também no seminário, Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador-sênior da área de Economia Aplicada do FGV/Ibre, comentou que, de maneira geral, o mercado de trabalho ainda se recuperava da recessão iniciada em 2015, mesmo antes da pandemia. Ele calcula que aquela crise pode ter conduzido à “destruição” de cerca de 3,5 milhões de empregos de carteira assinada, e acréscimo de cerca de duas milhões de vagas informais.
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