• Camaçari
  • Bahia
  • Brasil
  • Mundo
  • Saúde
  • Educação
  • Política
  • Economia
  • Polícia
  • Esporte
  • Entretenimento

Subscribe to Updates

Get the latest creative news from FooBar about art, design and business.

What's Hot

Trump assina ordem executiva de tarifa de 50% sobre o Brasil

julho 31, 2025

STF se manifesta após sanções dos EUA a Alexandre de Moraes

julho 31, 2025

Bolsonaro diz não ter relação com sanções de Trump a Moraes

julho 31, 2025
Facebook Twitter Instagram
Trending
  • Trump assina ordem executiva de tarifa de 50% sobre o Brasil
  • STF se manifesta após sanções dos EUA a Alexandre de Moraes
  • Bolsonaro diz não ter relação com sanções de Trump a Moraes
  • Jerônimo prepara estratégias para frear efeitos de tarifaço na Bahia
  • SineBahia divulga vagas de emprego para esta quinta (31) Camaçari, Candeias, Dias D’ Ávila, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Mata, Simões Filho, Salvador;
  • MP pede reprodução simulada e novas apurações sobre morte de jovens em ação policial ocorrida em Camaçari
  • Forte terremoto provoca tsunami na Ásia: ondas atingem prédios e casas na Rússia; veja o momento
  • Destinos baianos estão entre mais buscados para se hospedar no 2º semestre de 2025
Facebook Twitter Instagram
Comando Geral Da Noticia

  • Camaçari
  • Bahia
  • Brasil
  • Mundo
  • Saúde
  • Educação
  • Política
  • Economia
  • Polícia
  • Esporte
  • Entretenimento
Comando Geral Da Noticia

Home»Entretenimento»Feira de Santana»O Salto
Feira de Santana

O Salto

uesleiiclone8By uesleiiclone8outubro 19, 2022Nenhum comentário5 Mins Read
Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp VKontakte Email
o-salto
Share
Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

Quando chegou ao alto do monte, sobre as pedras, resfolegava. Uma cabra berrava, diminuta, num capinzal verdejante no sopé do monte, na periferia de Itaberaba. Alguns sujeitos corriam atrás de uma bola de couro, num campo de barro, dezenas de metros abaixo. Um caminhão engendrava manobras difíceis na estrada estreita, barrenta, lá embaixo. Mais distantes, luzes se acendiam em casebres pobres, no Jardim das Palmeiras. Sons alcançavam o cume do morro, distorcidos. Eram imprecações, canções, conversas em tom rude, ralhos com crianças, resmungos.

Atrás, fincadas no solo ressequido do monte, repousavam imponentes torres metálicas. Quando a noite caía, acendiam-se no topo pequenas lâmpadas vermelhas, muito vivas. Contrastavam com a luz alaranjada das lâmpadas dos postes da iluminação pública.

As imensas rochas escurecidas pelo limo eram imponentes. No sopé do monte, disputavam estreitas faixas de terra fértil com o capim viçoso. O tempo aplainara a aspereza das pedras, arredondando-as.

Suspirou. Fechou os olhos. As têmporas latejaram. Olhou a vegetação rasteira dos morros em volta. O sol repetia o imemorial mergulho no horizonte. Nuvens róseas e azuladas acumulavam-se no poente. Aves brancas voavam com sincronia sobre a cidade.

Precisava dar o salto definitivo. Não havia jeito, era uma questão de honra. Ainda que não o testemunhasse, ainda que não colhesse o olhar de espanto e respeito dos que o conheciam. Por que permanecer na interminável roda, amando e odiando, comendo e bebendo, sofrendo e rejubilando-se, observando impassível ou agindo febrilmente, perpetuando o ciclo, o interminável fim e o eterno recomeçar? Por que testemunhar sorrisos e lágrimas, expectativas e frustrações, desprendimentos e iniquidades, triunfos incontestáveis e derrotas acachapantes?

Melhor o salto. Mas e os sofrimentos decorrentes? Maria e as crianças… Seus pais… Seus irmãos… Os companheiros de jornada… Pensava demais nos outros, era um defeito imperdoável. Carecia da objetividade, do egoísmo material. A abnegação é a virtude dos fracos, dos pusilânimes. Sempre tão correto, tão austero, tão movido por uma força interior, tão racional, tão previsível, tão agradável, tão cheio de virtudes, de preocupações com o próximo. Um fraco, um decadente, um cristão, um enamorado por uma humanidade utópica, inexistente.

Dois passos e o salto, a Liberdade imperdível, completa, sem concessões, sem subterfúgios, sem máscara. E o grande momento, o instante mais marcante, o corpo caindo e o êxtase arrebentando no peito, arrebentando o próprio peito em alguns segundos, abrindo-lhe perspectivas, caminhos jamais trilhados, desafios inimaginados, mesmo que o mergulho o afunde no Grande Nada, na ignorância que transcende a indiferença mineral, na absoluta solidão da inexistência, cuja sutileza escapa às limitações do seu cérebro humano. Como equiparar seus preconceitos a este grande momento?

A mulher. Os filhos. Os pais. Amigos, colegas. A opinião pública. A religião. Os preconceitos. Os dogmas. A ideologia cristã. Nada se equiparava, nada. Nada. O Grande Nada era a ideologia das possibilidades, o último refúgio, o refúgio eterno.

Mas e a coragem? Faltava-lhe… um choque na rocha a uma velocidade crescente destroçaria o frágil corpo, torná-lo-ia irreconhecível. Bombeiros praguejariam, escalando o penhasco, para resgatá-lo e conceder-lhe um enterro cristão. Enrubesceu ao pensar que arranjaria tarefa embaraçosa para outros, mesmo depois de morto. E se prosperasse a versão de que ele caíra acidentalmente? E se dissessem que foi empurrado, talvez vítima de um criminoso ignóbil? Não trouxera papel, não poderia escrever uma mensagem lacônica despedindo-se, não combinava com a postura despojada que pretendia adotar, partindo sem despedidas prévias, sem os grilhões das explicações corriqueiras, das inevitáveis e penosas justificativas. Só que lhe faltava a coragem, a insensatez de romper, de revoltar-se.

O salto era a redenção, a suprema inspiração, um momento brilhante resplandecendo em meio à mediocridade da vida cotidiana. Carecia daquele instante notável, que o redimiria de todos os pecados anteriores. Comia. Bebia. Fodia. Suportava a mulher, que suportava-o. Educava os filhos com preceitos vagos, esquecíveis. Demonstrava amabilidade com os pais. Era um amigo prestimoso. Nos eventos sociais, desfiava conceitos respeitáveis. Não apregoava revoluções. Respeitava a propriedade privada dos meios de produção. Concordava com os editorialistas dos jornais, que coincidentemente pensavam o mesmo que a classe patronal. Entretia-se com as reportagens banais e absorvia vorazmente os conceitos implícitos que exaltavam e exultavam o despertar de uma cidadania aleijada. Enfim, era um pústula, como todo mundo.

Aos domingos visitava shoppings com a mulher e os filhos. Bebericava chope, enquanto as crianças devoravam sorvetes. Depois comprava uma camisa colorida, demonstrando sua perfeita sintonia com a vida. Íntimo da vida, alegre com a vida. Celebrando a vida através do consumo. Gozava as férias em janeiro, partindo para destinos que sua respeitabilidade previa, mergulhando no turbilhão de consumo que sua condição social impunha, extasiando-se com as mesmas interjeições dos que frequentavam seu círculo e até mesmo enfastiando-se com o mesmo fastio dos que vivem sob confortáveis condições materiais.

Depois, a rotina, o repetir das manhãs e tardes da repartição, o aconchegante repouso noturno em seu lar burguês, a manhã e a tarde seguintes, as reuniões familiares nos finais de semana e o aguardar ansioso das próximas férias, que seriam precedidas por projetos sustentados com os mesmos argumentos das férias dos anos anteriores. Por fim, era o suceder dos anos e as preocupações de cada faixa etária e a inquietação crescente à espera do momento definitivo, de ajustar contas consigo mesmo e resvalar para a cova.

Eis o resumo da ópera. E eis o epílogo a ser transformado com mais dois passos. Um pequeno e inexplicável passo para a humanidade, mas o passo mais importante de sua vida insípida. Mas cadê a coragem? Cadê a intrepidez dos grandes espíritos que praguejaram contra a mediocridade, a rotina, o corriqueiro? Fraquejava! A ideia atiçara-lhe o espírito, mas ele fraquejava, covardemente.

Recuou. Recuou dois passos. Alguns passos. Muitos passos, até chocar-se com uma rocha e agarrá-la com firmeza, como se estivesse à beira do precipício. Galgou-a, contornou a igreja que não frequentava por desleixo havia meses, começou a descer a ladeira íngreme que conduzia à cidade, de retorno. Mas foi cauteloso, porque havia lama acumulada e ele temia machucar-se, caso escorregasse e caísse…

Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp Email
Previous ArticleSão Paulo já tem seu “primeiro reforço” confirmado para 2023
Next Article Crítica | Adão Negro (2022)
uesleiiclone8
  • Website

Related Posts

OAB Feira de Santana repudia violência policial contra mulher em abordagem e cobra apuração rigorosa

julho 17, 2025

Leo Santana, Tony Salles, Thiago Aquino e Tomate são atrações do último dia da Micareta de Feira; veja programação completa

maio 4, 2025

Delegacias da mulher da BA: veja a lista e saiba quais funcionam 24 horas

abril 6, 2023

Justiça determina que Prefeitura de Feira de Santana e responsáveis por obras de Shopping Popular construam área para artesãos

março 30, 2023

Leave A Reply Cancel Reply

Demo
Our Picks
  • Facebook
  • Twitter
  • Pinterest
  • Instagram
  • YouTube
  • Vimeo
Don't Miss
Economia

Trump assina ordem executiva de tarifa de 50% sobre o Brasil

By Márcia Marquesjulho 31, 20250

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que oficializa a…

STF se manifesta após sanções dos EUA a Alexandre de Moraes

julho 31, 2025

Bolsonaro diz não ter relação com sanções de Trump a Moraes

julho 31, 2025

Jerônimo prepara estratégias para frear efeitos de tarifaço na Bahia

julho 31, 2025

Subscribe to Updates

Get the latest creative news from SmartMag about art & design.

Comando Geral Da Noticia
Facebook Twitter Instagram Pinterest
  • Início
  • Economia
  • Brasil
  • Entretenimento
© 2025 Comando Geral. Designed by Ueslei Senna.

Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.