‘Caso não haja reversão imediata, a Universidade pode entrar em colapso’, informou a instituição juiz-forana. UFV diz não ter mais possibilidades de ajustes e adaptações orçamentárias. Campus da UFJF em Juiz de Fora
Clara Downey/UFJF
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) informou, na tarde desta terça-feira (29), que avalia o valor e os impactos do montante efetivamente retirado em que foi atingida pelo novo corte de orçamentário imposto pelo Governo federal. Entenda mais abaixo.
Em resposta ao g1, a instituição não descartou o fechamento de alguns setores, alegando colapso ainda no mês de dezembro.
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“Na ocasião, todas as contas de disponibilidade orçamentária foram zeradas, impedindo que a Instituição faça qualquer movimentação financeira”, informou.
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Em nota, a UFJF ainda pontou que a nova decisão gera uma paralisia e consequências gravíssimas em termos de pagamentos a fornecedores, bolsas e aos trabalhadores terceirizados. “Caso não haja reversão imediata dessa medida, a Universidade pode entrar em colapso, ainda no mês de dezembro, inclusive com a ameaça de não funcionamento de alguns setores da Instituição’”.
UFV sem adaptações orçamentárias
Já a Universidade Federal de Viçosa (UFV) publicou nota destacando que a nova retirada de recursos pode representar a supressão das atividades acadêmicas e administrativas.
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“Os sucessivos cortes orçamentários causam danos cada vez maiores tanto para a instituição, que não tem mais possibilidades de ajustes e adaptações orçamentárias, quanto para a sociedade, que não se desenvolve sem educação e ciência”.
O g1 também fez contato com a Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), que não retornou.
IF Sudeste MG
Já o IF Sudeste MG divulgou que o corte orçamentário corresponde a R$ 375.431,33. Segundo a pró-reitora de Administração, Alice Aleixo, “apesar do vultoso valor, o IF Sudeste MG está entre os institutos federais menos prejudicados, já que quase todo o orçamento já havia sido empenhado. Não podemos mais deixar demandas importantes para o final do exercício porque o teto de gastos está posto e mesmo com novo governo teremos que cumpri-lo, o que ainda nos deixa em risco nesse caso”, explicou.
Ainda conforme a instituição, ao saber sobre a possibilidade de haver um novo bloqueio, as ações foram tomadas forma cautelosa.
Mesmo assim, a Pró-Reitoria afirma ainda não poder garantir que o corte não será repassado às unidades: “Repassar ou não depende de uma análise sobre a situação financeira da Reitoria, mas faremos o possível para absorver e poupar os 10 campi”, esclareceu Alice Aleixo.
Bloqueio de verbas
A nível nacional, o bloqueio de verbas para as universidades chegou a R$ 366 milhões. Em nota, com apenas duas frases, o Ministério da Educação se limitou a informar que “recebeu a notificação do Ministério da Economia a respeito dos bloqueios orçamentários realizados” e que busca soluções para o problema. A pasta também não detalhou os bloqueios feitos.
Durante a manhã, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) já havia se manifestado sobre os bloqueios. Em nota, a entidade lamentou o novo bloqueio que, segundo ela, ocorreu enquanto as atenções das pessoas estavam focadas na Copa do Mundo.
“Enquanto o país inteiro assistia ao jogo da Seleção Brasileira, o orçamento para as nossas mais diversas despesas (luz, pagamentos de empregados terceirizados, contratos e serviços, bolsas, entre outros) era raspado das contas das universidades federais, com todos os compromissos em pleno andamento”, declarou.
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