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O presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Carlos Muniz (PSDB), disse que acredita na presença do senador Angelo Coronel (PSD) na chapa governista nas eleições estaduais de 2026, apesar dos rumores sobre uma possível composição “puro-sangue”, formada apenas por petistas, com Rui Costa e Jaques Wagner disputando o Senado e Jerônimo Rodrigues concorrendo à reeleição.
Segundo Muniz, a força do PSD na Bahia torna a participação de Coronel praticamente inevitável. “Eu acho que participa, e eu acho que depende da relação dele com Otto, porque o PSD é muito forte. Hoje o partido tem quase 130 prefeitos e 10 deputados estaduais que acompanham a sigla. Você acha que Jerônimo, que está muito bem para a reeleição, vai desfazer isso? Eu acho que é um risco que ele vai correr, mas que não precisa correr”, afirmou, em entrevista ao PolitiQuestion, em parceria com o site Bahia.ba.
O tucano ressaltou ainda que a definição da chapa passa também pelo Senado. “Não só é a chapa de vice que está em debate, estão se discutindo também as definições para o Senado. Então a chapa toda está sendo discutida”, disse.
Para Muniz, a construção política exige equilíbrio entre os partidos da base. “As pessoas às vezes se acham tão intocáveis que já acham que não precisam mais de ninguém, mas pode acontecer. E ele [Jerônimo] tem um problema futuro se não considerar essas alianças”, avaliou.
Além das articulações para 2026, Muniz comentou a tramitação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) em Salvador e disse que a votação não ocorrerá em 2025. “Na realidade, eu acho que o projeto pode chegar até este ano, mas nós não votaremos em 2025 de forma nenhuma. O PDDU é um projeto muito complexo. Ele mexe com a vida de todo cidadão da cidade: define onde pode haver comércio, farmácias, revendas de gás, postos de saúde e como os prédios serão construídos. Você não pode votar um projeto desse sem o conhecimento total da população”, explicou.
Ele informou que pretende realizar ao menos 20 audiências públicas antes da apreciação da proposta: “Quando o projeto chegar na Câmara, a Prefeitura fará duas audiências públicas, mas nós não deixaremos de fazer no mínimo 20: 10 nos bairros e 10 indicadas pelas bancadas”.
Ele garantiu que o adiamento não causa prejuízo à cidade. “O projeto nem chegou ainda à Câmara. Um projeto desses leva, no mínimo, três meses para ser votado. Desde o ano passado já havia pressão, mas a discussão do PDDU ocorre há 8 ou 10 anos, conforme o Estatuto da Cidade. A diferença de dois anos não traz problema. O prefeito terá a obrigação de enviar o projeto em 2026, e esperamos que seja enviado da melhor forma possível, garantindo ganhos à população de Salvador”, disse.
“A população pode ficar tranquila: não votaremos o PDDU sem que haja amplo conhecimento da população. Não temos pressa nenhuma para votar”, completou Muniz.