Gasolina cai e alivia bolso da classe média, mas pobres ainda sofrem com disparada de preços dos alimentos. Mais um mês, mais uma deflação. Os dados do IBGE mostram que os preços continuaram caindo em setembro. É claro que é uma boa notícia. Mas melhor para uns do que para outros.
A prévia do IPCA mostrou que, este mês, os alimentos até deram uma ajuda à melhora dos números, recuando 0,47% no conjunto, em comparação com agosto. Mas o que vem puxando a inflação para baixo, sem dúvida, é a gasolina.
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O combustível vinha em disparada desde meados de 2020 – e subiu quase 50% no ano passado. Desde junho, mudou de rumo e começou a minguar, e levou com ele a inflação do país: hoje, o brasileiro paga em média quase 14% menos pelo litro do que há 12 meses.
Só que, tirando a gasolina da conta, o quadro muda. O IPCA-15, sem a participação do combustível, mostraria uma alta de 0,15%. Pequena – mas já no campo positivo.
Baixar o preço da gasolina na base da canetada, cortando a tributação, está custando caro aos cofres do governo – principalmente dos estados e municípios, que perderam arrecadação de ICMS. Periga faltar dinheiro para saúde, educação – coisas mais importantes que o tanque de combustível de quem tem carro.
A colunista da GloboNews, Miriam Leitão, lembrou inclusive que o custo para reduzir a gasolina é o mesmo que seria necessário para elevar, permanentemente, o Auxílio Brasil para R$ 600. Prioridades.
‘Continua sendo uma queda localizada’, diz Miriam Leitão sobre prévia da inflação
(Olhando para fora, também houve uma ‘senhora’ ajuda das cotações internacionais do petróleo: o preço do barril do Brent caiu mais de 30% desde o pico de junho. Mas, com a continuidade da guerra na Ucrânia, não há garantia de que vá seguir assim.)
Essa ‘responsabilidade’ da gasolina no IPCA negativo dos últimos meses faz com especialistas que alguns questionem se há, realmente, deflação no país. Isso porque deflação é uma queda disseminada de preços, ou seja, em muitos itens. E a gasolina, por mais que caia, e por mais importância que tenha, é um item só.
Naquilo que mais pesa no bolso dos mais pobres – a alimentação – , a inflação vai precisar de mais do que um mês de queda para fazer de fato diferença: em 12 meses, a alta ainda é de 12,73%.
Vai ser preciso que esse recuo de preços deixe de estar concentrada na bomba de combustível e passe e chegar com mais força nas prateleiras dos mercados para que, de fato, a boa notícia da deflação seja boa para quem mais precisa.
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